O pânico das delações premiadas
Fonte: Mídia Sem Máscara
Quem
acompanha regularmente o noticiário percebe que, à medida que avança a Operação
Lava Jato, o desconcerto e o desespero tomam conta das hostes petistas,
governamentais e adjuntas.
Os
protestos contras as alegadas "arbitrariedades" de Sérgio Moro se
avolumam e chegam ao patético, ao atribuírem ao juiz a violação dos
"direitos humanos" e de fazer o País viver um regime fascista e
ditatorial!
Delação de Ricardo Pessoa
A
delação de Ricardo Pessoa, com suas revelações de dinheiro sujo na campanha da
presidente Dilma, na campanha de Lula, no caixa do PT e de importantes
ministros (para ficar só nisso), acendeu muitos sinais de alarme.
Sob
o comando de Lula (sempre ele, o homem que manda em tudo e nunca sabe de nada)
começou a campanha organizada do PT e de aliados contra as
"arbitrariedades" na Lava Jato. Ainda segundo a imprensa, Dilma
Rousseff "declarou guerra" ao empreiteiro Ricardo Pessoa; com uma
frase, típica de organizações mafiosas, a presidente disse não respeitar
"delatores". E o PT cobra o Ministro da Justiça, José Eduardo
Cardozo, pelo "descontrole" da PF.
Fernando
Pimentel, o petista governador de Minas Gerais, também enroscado em graves
denúncias, cujas capilaridades tocam o imenso esquema corrupto montado pelos
governos petistas nas instituições do Estado, reclama do "uso abusivo de
instrumentos de investigação".
Emílio
Odebrecht, pai de Marcelo, preso em Curitiba, desabafa que o País vive um
"regime de exceção". E o jurista Celso Bandeira de Mello, amigo de
Lula, próximo ao PT - e que considera José Dirceu o maior homem público do
Brasil - investe contra o juiz Moro, acusando-o de sujeitar os presos a tortura
psicológica e de usar a delação de "forma equívoca".
Razões escusas
Afinal,
qual o motivo de tanto horror e tanta fúria com a Operação Lava Jato e,
sobretudo, com as delações premiadas? Estarão estes defensores da
"legalidade" realmente preocupados com os detidos? Não se entende
porque investem contra as delações premiadas, que só beneficiam, em termos
penais, quem as faz. O que parece motivar esta orquestração?
Segundo
estudiosos do instituto da "delação premiada", esta é a única forma
de quebrar a solidariedade que costuma reger uma organização criminosa, a
famosa omertà, ou pacto de silêncio, entre mafiosos. Tal omertà, que implica
nunca colaborar com as autoridades, é o mecanismo que protege os cabecilhas da
organização criminosa. Na eventualidade de uma investigação que prospere, tal
omertà permite que só sejam entregues ao rigor da lei figuras subalternas, as
quais esperam, mais cedo ou mais tarde, ser beneficiadas por algum favor
corrupto, obtido por seus "capos". Lembram-se das promessas feitas a
Marcos Valério de "melar" o julgamento do Mensalão?
A
"delação premiada", ao romper a cumplicidade e solidariedade reinante
na organização criminosa, com consideráveis vantagens penais para os delatores,
acaba por incentivar a quebra do "pacto de silêncio" e ajuda a expor
os verdadeiros cabecilhas da organização, bem como suas entranhas e mecanismos
de funcionamento.
É
por este motivo, a meu ver, que a gritaria só aumenta, na proporção da
importância das "delações premiadas".
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Aperte o cinto, a base aliada sumiu
Por Bernardo Mello Franco, da Tribuna da Internet
A
semana forneceu novos exemplos do desmanche acelerado da base parlamentar de
Dilma Rousseff. Em dois dias, a presidente sofreu duas derrotas duríssimas no
Congresso. O Senado aprovou o aumento dos servidores do Judiciário, e a Câmara
abriu caminho para a redução da maioridade penal.
Em
ambos os casos, o Planalto perdeu de lavada. No Senado, o PT ficou isolado, e o
massacre tomou proporções épicas: 62 votos a 0. Dilma vai vetar o reajuste
bilionário, mas corre o risco de ter a decisão derrubada pelo Legislativo.
A
bomba orçamentária foi detonada com o apoio de nada menos que oito partidos que
comandam ministérios: PMDB, PDT, PP, PR, PSD, PTB, PRB e PC do B. A tropa de
infiéis é tão grande que não faz mais sentido falar em traição. A palavra que
resume a nova atitude das siglas em relação a Dilma é abandono.
IMPOPULARIDADE
Com
a presidente batendo recordes de impopularidade, sumiram os aliados dispostos a
se sacrificar por ela. Bastam algumas buzinas para que qualquer grupo de
servidores passe a ter mais força que o Planalto em votações importantes.
Criou-se
uma equação boa para os partidos e ruim para o governo. Como Dilma não tem
condições políticas para demitir ministros, as siglas continuam a se lambuzar
de verbas sem apoiá-la. Casos pontuais, como as MPs do ajuste fiscal, são
negociados no balcão de secos e molhados do vice Michel Temer.
Quando
Marina Silva decolou na campanha de 2014, Dilma assombrou o eleitor com a
ameaça de que a rival não teria maioria para governar. “Sem apoio no Congresso,
não é possível assegurar um governo estável, sem crises institucionais”, afirmou,
em debate no SBT.
No
dia seguinte, a propaganda petista comparou a adversária a Jânio e Collor,
presidentes que tentaram governar sem maioria e não conseguiram completar o
mandato. Marina perdeu, mas o fantasma agora se volta contra Dilma.
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Iotti, para Zero Hora-RS
A crise econômica é grave, mas nada é tão deletério como
a ruindade política de Dilma e de seu círculo próximo
a ruindade política de Dilma e de seu círculo próximo
Não
tem como! Não há Michel Temer que dê jeito. Refiro-me ao vice-presidente da
República e presidente do PMDB, que responde pela coordenação política do
governo na relação com o Congresso e com os demais partidos da base. Não há
nada que consiga vencer as tolices feitas pelo núcleo mais próximo de Dilma,
que a empurra para fazer notáveis bobagens. A que me refiro desta feita?
Neste
domingo, o PSDB realizou a sua Convenção Nacional. Oficialmente, o partido não
falou no impeachment, mas é evidente que os discursos foram muito duros. Todos
os líderes bateram com punhos de aço: Aécio Neves, Geraldo Alckmin, José Serra,
FHC e os representantes do partido no Congresso. Pergunta óbvia de resposta
idem: a presidente esperava o quê? Elogios?
Um
governo, quando bem-sucedido, costuma ser alvo dos adversários. Imaginem,
então, este que temos. Embora tucanos tenham lidado com a hipótese de Dilma
antecipar sua saída, o partido não pediu o impeachment. O correto teria sido o
Planalto fazer silêncio a respeito da convenção tucana — ou, sei lá, emitir, no
máximo, uma nota.
Mas
não! Dilma decidiu convocar uma reunião de emergência — por que emergência? —
com presidentes e líderes de partidos da base. Para quê? Segundo consta, ela
pretende acalmar os aliados e cobrar deles que a defendam no Congresso, dado
“esse clima de impeachment”.
É
muito impressionante! A primeira pessoa que não deveria nem mesmo tocar em tal
palavra é… Dilma. Ainda que mobilizasse seus aliados mais próximos para fazer
essa defesa, esse é o tipo de coisa que se faz de forma discreta, sem acusar a
preocupação. Ora, ontem, a convenção do PSDB tinha um peso — relevante, sim;
afinal, trata-se do maior partido de oposição. Mas, agora, esse peso aumentou
muito.
Em
entrevista à Folha, publicada nesta segunda, José Eduardo Cardozo (Justiça) já
havia espancado a ordem político-jurídica, sugerindo ser “golpe” o que, lá
vamos nós, é só o exercício da lei.
A
crise econômica é grave, sim. Mas nada é tão deletério para o país e para o
próprio governo como a ruindade política de Dilma e daqueles que a cercam.
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