Extraido do Blog Diario do Poder em 07/02/15
PETROLÃO
AFANO DO PT NOS COFRES DA PETROBRAS TOTALIZOU MEIO BILHÃO DE REAIS
Com esse dinheiro quantos hospitais; quantas escolas
poderiam ser construidas; quantas estradas poderia ser recuperadas; quantas
cadeias poderia ser construidas; etc....etc......
EM DEZ ANOS, PT DESVIOU MEIO BILHÃO DE REAIS DOS COFRES DA PETROBRAS
Publicado: 7 de fevereiro de
2015 às 9:46
Por: Redação
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João Vaccari Neto, o tesoureiro do PT, é
apontado como o operador do esquema
O PT desviou meio bilhão
de reais dos cofres da Petrobras ao longo de dez anos. O dinheiro foi usado,
entre outras coisas, para financiar as campanhas eleitorais do partido de 2010
e 2014, segundo reportagem de Daniel Pereira e Robson Bonin na revista Veja desta semana.
Em outubro passado, os investigadores da Operação Lava-Jato,
reunidos no quartel-general dos trabalhos em Curitiba, olhavam fixamente para
uma fotografia pregada na parede. A investigação do maior esquema de corrupção
da história do país se aproximava de um momento decisivo. Delator do petrolão,
o ex-diretor Paulo Roberto Costa já havia admitido que contratos da Petrobras
eram superfaturados para enriquecer servidores corruptos e abastecer o cofre
dos principais partidos da base governista. Na foto afixada na parede, Paulo
Roberto aparecia de pé, na cabeceira de uma mesa de reunião, com um alvo
desenhado a caneta sobre sua cabeça. Acima dela, uma anotação: “dead” (morto,
em inglês). Àquela altura, a atenção dos investigadores estava voltada para os
outros personagens da imagem. Era necessário pegá-los para fechar o enredo
criminoso. Em novembro, exatamente um ano depois de a antiga cúpula do PT
condenada no mensalão ter sido levada à cadeia, o juiz Sergio Moro decretou a
prisão de executivos das maiores empreiteiras brasileiras, muitos dos quais
aparecem abraçados a Paulinho, sorridentes, na fotografia estampada no Q.G. da
Lava-Jato. A primeira etapa da missão estava quase cumprida.
Entre os alvos listados na foto, apenas um ainda escapava aos investigadores.
Justamente o elo da roubalheira com o partido do governo, o personagem que,
sabe-se agora, comprova com cifras astronômicas como o PT — depois de posar
como vestal nos tempos de oposição — assimilou, aprimorou e elevou a níveis
inimagináveis o que há de mais repugnante na política ao conquistar o poder. Na
quinta-feira passada, agentes da Polícia Federal chegaram à casa do tesoureiro
do PT, João Vaccari Neto, com uma ordem judicial para levá-lo à delegacia a fim
de prestar esclarecimentos sobre seu envolvimento no petrolão. Vaccari
recusou-se a abrir o portão. Os agentes pularam o muro para conduzi-lo à sede
da PF em São Paulo. Eles também apreenderam documentos, aparelhos de telefone
celular e arquivos eletrônicos. Esse material não tinha nada de relevante.
Vaccari, concluíram os agentes, já limpara o terreno. Num depoimento de cerca
de três horas, o tesoureiro negou as acusações e jurou inocência. Nada que
abalasse o ânimo dos investigadores. No Q.G. da Lava-Jato, um “dead” já podia
ser escrito sobre a cara carrancuda do grão-petista.
A nova fase da operação foi um desdobramento de depoimentos
prestados pelo ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, em novembro, como parte
de um acordo de delação premiada. Barusco conquistou um lugar de destaque no
panteão da corrupção ao prometer a devolução de 97 milhões de dólares
embolsados como propina, uma quantia espantosa para um servidor de terceiro
escalão. Ao falar às autoridades, ele disse que o PT arrecadou, entre
2003 e 2013, de 150 milhões a 200 milhões de dólares em dinheiro roubado de
noventa contratos da Petrobras. Segundo Barusco, o principal operador do PT no
esquema nos últimos anos era Vaccari, chamado por ele de “Mochila”, por andar
sempre com uma mochila a tiracolo. Barusco contou que o tesoureiro —
identificado como “Moch” nas planilhas que registravam o rateio do butim
surrupiado — participou pessoalmente das negociações, por exemplo, para a
cobrança de propina de estaleiros contratados pela Petrobras. Descendo
a detalhes, Barusco narrou ainda uma história que, apesar de envolver um valor
bem mais modesto, tem um potencial político igualmente explosivo.
O ex-gerente declarou que, em 2010, o então diretor de Serviços
da Petrobras, Renato Duque, solicitou ao representante da empresa holandesa SBM
no Brasil, Júlio Faerman, 300 000 dólares para a campanha petista daquele ano,
“provavelmente atendendo a pedido de João Vaccari Neto, o que foi contabilizado
pelo declarante à época como pagamento destinado ao Partido dos Trabalhadores”.
Em 2010, Dilma Rousseff disputou e conquistou o primeiro de seus dois mandatos
presidenciais. A situação do tesoureiro do PT deve se agravar nos próximos dias
com o avanço das negociações para o acordo de delação premiada do empreiteiro
Ricardo Pessoa, dono da construtora UTC. Pessoa coordenava “o clube do bilhão”,
o grupo das empreiteiras que desfalcava a Petrobras. Vaccari recorria a ele com
frequência para resolver os problemas de caixa do PT. Os dois conversaram
várias vezes no ano eleitoral de 2014. Num desses encontros, segundo
integrantes da investigação que já ouviram uma prévia das histórias pouco
edificantes prometidas por Pessoa, Vaccari negociou com a UTC o recebimento de
30 milhões de reais em doações eleitorais. Cerca de 10 milhões de reais seriam
destinados à campanha à reeleição de Dilma Rousseff. Os 20 milhões restantes,
distribuídos por Vaccari ao PT e aos partidos da base aliada.
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