Por Diogo Mainardi e Mario Sabino, em 14 Fev 2015
Agora ficou claro
por que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse a um advogado de
empreiteira, em reunião secreta, que a Operação Lava Jato "tomaria outro
rumo" depois do carnaval e, portanto, ele "desaconselhava" que
os executivos presos partissem para a delação premiada.
Em conluio com
Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva, o advogado-geral da União, Luís
Inácio Adams, dirigiu-se ao Tribunal de Contas da União (TCU), com uma
Instrução Normativa redigida no Palácio do Planalto. Por essa Instrução
Normativa, aprovada em tempo recorde, o TCU analisará concomitantemente com a
Controladoria-Geral da União (CGU) os acordos de leniência firmados com o
Estado. Isso garante que os acordos feitos no âmbito da CGU não correrão o
risco de serem anulados depois pelo tribunal -- mesmo com um TCU dominado por
PT e PMDB, as empreiteiras temiam essa possibilidade quando lhes propunham tal
saída.
A aprovação da
Instrução Normativa é ótima para Lula, Dilma e os larápios associados porque:
a) Acordos de
leniência podem ser feitos diretamente com a CGU, sem passarem pela Justiça
b) Dessa forma,
contorna-se o juiz Sergio Moro
c) Pelos termos de
um acordo de leniência, as empresas reconhecem que praticaram os crimes, pagam
uma multa e não são consideradas inidôneas. Podem continuar a assinar contratos
com o governo em qualquer nível
d) Ao contrário do
que ocorre com a delação premiada, elas não precisam contar tudo. Ou seja, que
Lula e Dilma estão implicados até o pescoço no esquema do Petrolão
e) A chance de
Dilma sofrer impeachment reduz-se dramaticamente, visto que será quase
impossível imputar-lhe o crime de responsabilidade
f) Sem o perigo de
falência, as empreiteiras podem dar um grande cala-a-boca ou um
aguenta-aí-até-chegar-no-STF aos executivos presos e aos seus sócios em cana,
como Ricardo Pessoa, da UTC, que ameaçavam seguir o caminho da delação
premiada. A ameaça de Ricardo Pessoa de partir para a delação foi decisiva para
o Planalto armar rapidamente o golpe
Luís Inácio Adams
percorreu freneticamente os gabinetes dos ministros do TCU, acompanhado do
ministro Bruno Dantas, para aprovar uma Instrução Normativa, repita-se,
redigida no Palácio do Planalto, e não pelo ministro Bruno Dantas, como foi
noticiado. Ninguém levantou a menor objeção.
A menos que um
executivo preso ache insuportável a ideia de passar anos na cadeia, ainda que
com o seu futuro assegurado economicamente, ou que a sociedade esboce reação,
Luís Inácio salvou Luiz Inácio -- e Dilma.
Veja como
publicado: http://www.oantagonista.com/posts/luis-inacio-corre-para-salvar-luiz-inacio
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